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Jogos eletrônicos, atividade física e a prática esportiva

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Jogos Eletrônicos e sua introdução nos eventos da Fesporte. O assunto ronda o Conselho Estadual do Esporte e deve ganhar corpo mais adiante, quando a modalidade se apresentar como candidata oficial ao processo de inclusão. Fui atrás desta novidade onde ela já é realidade, nos Jogos Universitários Brasileiros que estão sendo disputados em Salvador. Em 2017, nos Jubs de Goiânia os eletrônicos aparecerem pela primeira vez, disputados apenas no futebol, com seis universidades no feminino e 21 no masculino. No ano seguinte, em Maringá, os números cresceram para 12 equipes no feminino e se mantiveram em 17 no masculino. Nessa edição houve também a inclusão da modalidade LOL – League of Legends – disputada por 13 universidades e equipes femininas de cinco jogadores cada, enquanto o futebol é jogado individualmente.
Em Salvador o futebol eletrônico (Fifa) tem 16 equipes no feminino e 14 no masculino. O LOL tem 16 participantes. A expressiva presença das mulheres nos jogos eletrônicos, inclusive no modo Fifa, tem uma explicação simples para o coordenador da modalidade, Reinaldo Girardine: “As mulheres hoje dominam o mundo dos games. Elas já são 54% entre os gamers”.
Para dar suporte a uma modalidade de números crescentes a organização dos Jogos Universitários montou uma parafernália eletrônica com quatro monitores e um telão que mostra um dos jogos. Em determinados momentos enquanto rolam os confrontos, a sensação é a mesma da arquibancada, com a gritaria e incentivo dos colegas universitários. Ali só não cabem a vaia e a briga entre torcidas. É uma estrutura razoável que funciona em espaço anexo ao hotel onde está instalada a Comissão Organizadora, de frente para o mar da Praia da Ribeira.
A discussão sobre esse tipo de competição virá para os Conselheiros, inevitavelmente. Ao mesmo tempo em que ganha dimensão e movimenta a economia do setor, os jogos eletrônicos exigirão, para o seu desenvolvimento nos eventos do calendário da Fesporte, muito investimento na montagem de uma estrutura compatível com a sua demanda, a começar por uma internet que não deixe “atletas” e organizadores na mão. Assim como fez a Confederação Brasileira do Desporto Universitário nos Jubs de Salvador. Sem esquecer os questionamentos: esporte ou lazer? E qual a vinculação deste tipo de competição com a atividade física? Como incentivar a prática de esporte sem tirar o jovem da frente do computador?  Devem prevalecer o aspecto econômico e a modernidade? São perguntas para o Conselho Estadual do Esporte responder em futuro próximo, a partir da discussão e da controvérsia nascidas na rotulagem de jogos eletrônicos como esporte.O “Eletronic Sports” passa atualmente por um grande crescimento, resultando no aumento significativo tanto em audiência como nos prêmios em dinheiro nos inúmeros eventos criados mundo afora.  Enquanto alguns apontam para esse crescimento, como justificativa para a designação de alguns jogos como esportes, os opositores afirmam que jogos nunca vão alcançar o status de "verdadeiros esportes"
Texto Mário Medaglia
Foto Saulo Cruz/CBDU

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